Apresentação do Evento
A Semana dos Povos Indígenas povos indígenas em Belo Horizonte e Região Metropolitana se encontram para realizar ações culturais, artísticas e de visibilidade fundamentais para o enriquecimento da cidade. Com diversas atividades ao longo dos dias, teremos exibição de documentário no Cine Santê, ritual Caminhos de Pachamama na Praça Afonso Arinos, roda de conversa, doação de vestes indígenas, desfile, apresentações culturais, show, cantoria sagrada e uma confraternização de encerramento com partilhas, cantos e rezos.
As ações, organizadas pelo Comitê Mineiro de Apoio à Causa Indígena (CMACI), fazem parte da programação do Circuito Municipal de Cultura, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte e pelo Instituto Odeon.
Confira a Programação:
A abertura da “Semana dos Povos Indígenas” com “Caminhos de Pachamama”, ritual de defumação, limpeza e canto e celebração da Mãe Terra (Pachamama). O encontro reúne os povos Kambiwá, Aranã, Pataxó, Pataxó Ha hã hãe, Kamakã Mongoió, Xukuru kariri e os Povos Andinos, Aymara e Quechua via Comitê Mineiro de Apoio às Causas Indígenas. A ação acontece entre 10h e 12h, na Feira Abya Yala - localizada na Praça Afonso Arinos e reconhecida como a primeira feira indígena e imigrante deBH. Idealizado em 2002 pelo Comitê Mineiro de Apoio às Causa Indígena (CMACI),o espaço conta com 14 barracas de artes indígenas e duas de gastronomia.
Neste importante ambiente de visibilidade às tradições indígenas, de encontros e de geração de renda, representantes dos povos Kambiwá, Aranã, Pataxó e Kamakã Mongoió, além dos andinos Aymara e Quechua, se reunirão durante o ritual para celebrar a diversidade, a ancestralidade e a espiritualidade. Após esse potente ato de defumação, limpeza e canto, articulado por meio da CMACI, a ação segue com a feira expositiva, cujo horário será estendido até às17h.
O Museu da Moda (MUMO) recebe apresentações culturais, doação de trajes indígenas, cantoria sagrada e um desfile de moda. Além disso, vários povos presentes em BH e na Região Metropolitana se reúnem para duas rodas de conversa na “Semana dos Povos Indígenas”. A ação começa às 16h, com a defumação da entrada do Museu, e continua às 17h, com a entrega de duas vestimentas de origem indígena ao acervo do MUMO. Às 18h é a vez da roda de conversa “Memórias de resistência Indígena de Minas Gerais” e, às 19h30, o Museu recebe um desfile de moda dirigido por Daru Tikuna e Juliana Pataxó, com apresentação de Lara Manxireny. A programação acaba às 20h30, com a roda de conversa “Para além de Pindoretá, também somos Abya Yala”.
As conversas - que terão interpretação em libras - buscam refletir sobre a liberdade de circulação dos povos indígenas em todo o território do continente, bem como os principais desafios e potenciais dessas migrações. Vale ressaltar que a escolha do MUMO para a realização da atividade foi celebrada pelos indígenas de BH, que vêm construindo uma recente relação com o espaço - cujo acervo ganhará duas vestimentas de origem indígena. "Em conversa com a diretoria do Museu, ficamos sabendo que só havia peças de origem ocidental, com influência europeia, como vestidos de gala e roupas de festa. Então, entendemos que era hora de demarcar o Museu com a presença indígena", afirma Avelin Kambiwá, professora, socióloga e coordenadora da CMACI. "Um dos trajes é um poncho, que tem a ver com a presença dos povos indígenas dos Andes na cidade; o outro é utilizado pela maioria dos povos indígenas brasileiros, principalmente do Nordeste, e conta com um cocar de penas naturais, uma saiota feita de palha caruá e um top tradicional", conta.
O Cine Santa Tereza recebe a sessão comentada dofilme “A Mãe de Todas as Lutas”, de Susanna Lira. A exibição conta com os comentários da ativista, jornalista e escritora indígena Shirley Krenak, uma das protagonistas participantes do documentário. “A Mãe de Todas as Lutas” acompanha a trajetória de Shirley e de Maria Zelzuita, mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil. Natural do Leste de Minas, Shirley carrega a missão de honrar a sabedoria das Guerreiras Krenak do estado; já Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre do Eldorado dos Carajás, no Pará. Formada em Jornalismo e Publicidade e Propaganda, a comentarista Shirley Djukurnã Krenak atua na defesa dos direitos indígenas e dos rios contra a mineração, e traz na bagagem dois livros publicados: “A Onça Protetora” e “Cartilha Krenak”.
Fechando a programação, nos jardins do Teatro Francisco Nunes, o encontro de encerramento reúne representantes de vários povos compartilhas, cantos, danças e rezos. A ação encerra o evento convocando indígenas e passantes a celebrarem existências e resistências, a dançar e cantar juntos.
“Semana dos Povos Indígenas”
Quando: De 26 a 29 de janeiro de 2023
Onde: Ações na Praça Afonso Arinos (Exposição Abya Yala), noMuseu da Moda (MUMO), no Cine Santa Tereza e na Feira Hippie.
Quanto: Atividades gratuitas e abertas ao público.