A mostra é baseada nos contextos sociais, culturais, econômicos e políticos do século XIX, abordados no livro de mesmo nome da escritora mineira Ana Maria Gonçalves. Ao todo serão 400 obras de artes, entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas de localidades, como Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e até mesmo do continente africano, em sua maioria negros e negras, principalmente mulheres. A exposição tem obras inéditas de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê, Goya Lopes, produzidas especialmente para homenagear o livro.
Dividida em 10 núcleos, que se espelham nos 10 capítulos do livro, a mostra fala de revoltas negras, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, África Contemporânea, entre outros temas. A obra, que completa 16 anos em 2022, é considerado um clássico da literatura afrofeminista brasileira e ganhou o importante prêmio literário Casa de las Américas, em 2007.
A curadoria da exposição é formada por Amanda Bonan, Marcelo Campos e Ana Maria Gonçalves. E a expografia é de Ayrson Heráclito junto com Aline Arroyo.
“A exposição não tem uma relação direta com o livro. Não é uma história ilustrada do livro. É uma relação de interpretação. A gente interpreta o livro junto com a Ana Maria, fazendo imagens e obras a partir dos conceitos que ela traz no livro. E não detalhes da narrativa.” Marcelo Campos, Curador-Chefe do MAR
Entre os artistas que participam da exposição estão Rosana Paulino, Silvana Mendes, Yêdamaria, Maria Auxiliadora, Yedda Affini e Djanira e conta com uma paisagem sonora feita por Tiganá Santana e Jaqueline Coelho. O público poderá ouvir músicas e textos que expressam os sentimentos da personagem principal do livro por todas as duas salas do pavilhão de exposição.